Se você trabalha o dia todo e não
tem muito tempo de fazer as suas operações de compra
e venda de ações, saiba que na bolsa existe uma espécie de “prorrogação”
do pregão, onde é possível fazer transações dentro de algumas regras pré-estabelecidas.
É o chamado After-Market da BM&FBovespa.
O After-Market é, na definição da própria bolsa, “o
período de negociação que
ocorre fora do horário regular de Pregão”. Quando a bolsa fecha às 17h (em
períodos fora do horário de verão), o After-Market funciona das 17h30 até às
17h45 (fase de pré-abertura) e das 17h45 às 19h (fase de negociação). Já
durante o horário de verão, quando o horário da bolsa muda para 11h às 18h, o
After-Market funciona das 18h30 até às 19h30.
“O After-Market foi criado para permitir quem não
tivesse acesso durante o horário normal do pregão para negociar”, afirma o
analista da Leme Investimentos, João Pedro Brugger.
A transação de compra e venda de ações é feita da mesma maneira, por
meio do home broker ou então pela mesa de operações da corretora. “Poderão ser
enviadas ao sistema ordens simples (compra ou venda), negócios diretos, ou
ainda outros tipos de ordem, como 'ordem a mercado',
'execute ou cancele' etc.”, explica o manual de procedimentos da
BM&FBovespa.
Regras
Entretanto, o After-Market traz regras de negociação um pouco diferentes das
que você pode estar acostumado. Em primeiro lugar, não são todas as ações que
podem ser negociadas durante este período. “Só podem ser negociadas as ações
que tiveram alguma negociação durante o horário normal do pregão e que façam
parte de algum índice teórico da Bovespa”, afirma o economista-chefe da
corretora Souza Barros, Clodoir Viera.
Outro
ponto que diferencia o After-Market do horário normal de negociação é que só
podem ser feitas operações no mercado à vista. “Não há como operar com
derivativos, como opções”, afirma Brugger.
O
economista da Souza Barros lembra que as ordens efetuadas ao longo do dia
também podem ser executadas durante o After-Market. Ou seja, se você tentar
comprar ou vender um ativo durante o horário normal do pregão, a ordem pode ser
concluída no After. “Caso o cliente queira, a ordem ainda pode ser cancelada
nos quinze minutos de pré-abertura do After-Market”, afirma Vieira.
Outra
regra específica do After é que não são permitidas oscilações no preço dos
papéis superiores a 2%, tanto para cima quanto para baixo. “Esta regra é
imposta para que não haja nenhuma manipulação no preço das ações durante este
período, em que a liquidez dos papéis é menor”, afirma o analista da Leme
Investimentos.
Além
disso, as variações de preço do ativo durante o After não contam para a cotação
do dia seguinte e nem mudam a variação do Ibovespa (ou outro índice teórico da
bolsa). “Todas as variações de preço do próximo dia serão calculadas com base
nos últimos preços registrados no pregão regular”, diz a BM&FBovespa.
Também é
importante lembrar que a operação é registrada no próprio dia de negociação e a
liquidação segue a mesma regra das transações efetuadas até o final do pregão,
ou seja, em D+3 (três dias após a data da transação).
Três horas de After?
O economista da Souza Barros lembra que, no início, o After Market tinha uma
duração ainda maior, de três horas, e terminava apenas às 22h. “No início dos
anos 2000, com o apagão energético que aconteceu no País e a necessidade de
economizar energia, este horário foi reduzido”, afirma Vieira.
Além
disso, ele explica que as próprias corretoras tinham dificuldades de manterem
funcionários até este horário. “Ficava muito caro para as corretoras manterem
profissionais até este horário de expediente”, lembra.* De acordo com
a BM&FBovespa, o horário de funcionamento do After-Market é definido
pela diretoria da bolsa, que poderá alterá-lo quando entender necessário.
Fonte: InfoMoney